“Sobrevida”
Há um barco que desliza no vasto mar
Há um adeus a deriva no cais
Há uma vontade enorme de voltar
Há um orgulho ferido demais
Há uma impotência que cala o coração
Há um desejo de não dá o braço a torcer
Há uma saudade que atormenta a razão
Há naquele cais, você
Há em mim um pranto que rola
Há em você um olhar perdido
Há entre nós uma lembrança que não consola
O Meu confuso coração arrependido
Há no ar a salinidade que meu pranto derrama
Há na tua silhueta á distancia um desejo que em mim grita
Há uma tempestade que chega e inflama
E esse mar de indecisão me agita
Então, volto rápido ao cais
Meu doce alento
E te abraço como jamais
Nesse momento
E atraco de vez meu coração
Nau outrora perdida
Num oceano onde a desilusão
Naufragou esquecida
E fez submergir a razão
Dando ao amor sobrevida.
® Varley Farias Rodrigues