DELIRIO
Delírio
Da altanaria profunda, indago sem embaraço
Inda vagueio os pensares, deste meu inchaço
É notória a sobriedade da alma
Dos dias tidos, que se acalma.
Então denoto sem macula
O amor puro, de brios
Compondo em versos
Em dia e noite, pula.
Nua, e cabe o amor sem timidez
A boca minha a sua comprimia
E a pele em arrepios, ela dizia
Meu amor, abaixo, beije-me, minha altivez.
Honrarias cabíveis, nobre desejo
Minha boca, ao seu anseio, obedece
E beija languidamente lá, ensejo
Sentindo o seu gosto, que prece
E que digas suspiros, de gozos infinitos
Cá disse ao pé de ouvido, amor me tenha
E seu par de seios, anelos duros mordiscos
Arrepiando o anelo, da alma, fogo e lenha.
Em seu ventre pouso a boca
Mas amor, abaixo mais, te quer
Suspirando afavelmente para ter
Sem denotar o elos deste amor, pouca!
Após o ato marcado
Vagueia os olhares
O abraço apertado
(...)