Lembranças de quem ama

Eu não sei dizer

o que houve entre nós.

Sei que era mágico

como o entardecer de outono

Era encantador

como noites de Lua cheia

em que até o mar

se veste de vermelho...

Não sei dizer

se era pra ser fugaz

Uma centelha

que risca o horizonte

e deixa no espaço

um rastro de estrelas...

Ou se era pra ser eterno

e por fim,

se fez efêmero.

Sei que vivemos plenamente

como vivem os lírios no inverno,

vestidos de uma beleza divina,

nos vestíamos com nossa pele

Num amor caliente,

ao mesmo tempo, apaixonado...

Envolvente

como são os bulbos

que envolvem as açucenas.

E, agora,

é saudade que queima

feito canaviais

em dias de sol ardente...

Assim, são as lembranças

de alguém que ama como te amo.

Só não era pra ser

mais um poema.

(Sirlei L. Passolongo)