O ATO
I
Os corpos ente si se apegam
E as mãos se entrelaçam
Num gesto de desejo e ânsia
A ânsia dos beijos frenéticos
E a respiração dissipa
As mãos vagueiam ao seu corpo
Na nuança de sua posse
Seus seios em minhas mãos
Duas taças que transbordam
O limiar do prazer
As mãos suas as minhas
Vagueiam entre nossas pernas
Buscando novo horizonte
Inda que fresta umedece
Tal passagem secreta
Que se abre e fecha
Recebe o fato ereto
Que adentra, finda, arrima
Do mais nobre prazer.
II
A voz, tremida, alivia...
Ou pelo menos tenta...
Do cansaço tido...
Eliminar o cansaço dos corpos
Sorri, e repousa sobre o ombro
Sua fronte angelical, serena
Das plumas enveredadas
Mudo silente olhar...
Enquanto as minhas mãos
Passeiam sobre seu lindo corpo
Meus lábios tocam sua carne
Num sublime ato
Vem com amparo auxiliar o gozo
Sem debates ou debalde
Cresce se então os momentos
E afagam nossa carne
Sobre o alimento das almas
Paira sobre o ar, contentamento
Do mais profundo ato
Com tão pouco tempo.