Ingênuo olhar

Sobre a relva o menino brincava

E olhava o inexistente, via aves,

Pássaros e famintas serpentes.

Depois baixava o olhar e perguntava

Porque no planeta havia tanta gente.

Lógico, ninguém o respondia, não sabia

A verdade da biodiversidade latente,

Fez-se de triste o ingênuo olhar

Como quem sofre e morre de repente.

Tão rápido veio a noite como açoite

Que a dor levanta; o canto lírico

Da coruja anunciando o amor,

Baluarte do alegre semblante.

Amanheceu e o jovem de ontem

Era o adulto de hoje, mas com outra

Visão, de agressivas atitudes e duro olhar

Que depauperam vidas de antes.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 24/05/2010
Reeditado em 24/05/2010
Código do texto: T2277277
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