SONETO DE DOR
NAQUELE LINDO DIA
A ESTRADA EXIBIA
AQUELA AMARELADA DOR
SE ARRASTANDO LENTO
DENTRO DO VENTO
FRIO E AMARGURADOR.
DESABROCHAVA O GRITO
IMPLORANDO DO INFINITO
AQUELE CORPO CANSADO
QUE NA LUZ VIVIA
SE ARRASTANDO PEDIA
PAZ A UM DESGRAÇADO.
NA CALÇADA DURA
EXIBIA AMARGURA
DO DESGRAÇADO CALADO
CAMINHANDO SEM GRITO
A REGURGITAR DO INFINITO
UM JARDIM SONHADO.
NAQUELA NOITE CALMA
A PÁLIDA ALMA
CAMINHAVA SOFRENDO
NAQUELE LINDO LUAR
MOSTRAVA O OLHAR
QUE VAI VIVENDO.
A MADRUGADA SERENA
EXIBIA NA ESTRADA MORENA
OS VERSOS AMARGURADORES
ONDE NO PAPEL FAÇO
NO BRANCO ESPAÇO
RETRATAREM AS DORES.