A DIFICIL EQUAÇÃO

Retorno ao entorno

Disperso e convexo

Como a matemática da vida

Em retrocesso

Quem dera eu pudesse somar

Apenas os momentos felizes

E comigo carregar

Os sorrisos, abraços, palavras, conselhos...

E agora diante da equação

REFAZER o resultado

Mas sei que ainda posso

Mesmo sem saber muito de matemática

Subtrair tua ausência e a tristeza

Que se fixa dentro de mim com muita sutileza,

Dividir minhas dores e lágrimas

mesmo que de forma estrábica

e multiplicar o que restou de bom em mim...

assim como uma menina no primário

que descobre o universo dos algarismos e letras

estou buscando dentro destas palavras

resignificar os resultados surpreendentes

que a vida sempre nos tem a ensinar de repente

como numa regra de três simples

racionalmente calculada

tudo pode mudar

vidas e encontros entrelaçar-se

e aí descobrirmos

que a eternidade é muito mais que uma palavra

que o toque do sol em nossa pele

o andar na areia

o barulho do mar

o canto dos pássaros

a mata desbravada

tudo meio dentro e fora do lugar

vivendo, crescendo e adaptando-se

a essa vida louca de carros e businas...

Pessoas indiferentes com a pobreza da esquina,

Porque não enxergam nem a si mesmas

No turbilhão de emoções e informações

Que o cotidiano azedo destina

E aí as lembranças mais profundas vem à tona

De maneira diretamente proporcional

A dor que de mim se apoderou e parece imortal...

E toda essa exatidão científica

Sobre a vida fora de nós,

Me faz perceber

Que existimos muito, MUITO ALÉM de nossa voz!

Thaís Calixto dos Santos

16:00horas – 18 de maio de 2010

no pet, tentando retornar ao cotidiano... (?)

Beiija Flor
Enviado por Beiija Flor em 23/05/2010
Código do texto: T2275359