Então é amor!
Quando tudo perder o encanto
E tudo estiver fora de prumo
E os descuidos espocarem num pranto
e o olhar revelar da alma, o sumo...
então é amor!
Quando a voz preencher um espaço vazio
Quando o tato encher a alma num sorriso
E uma canção insonora ressoar num arranjo,
Quando ouvir o som alvo de asas de um anjo
então é amor!
Quando sentir tanta raiva e dor
e ao mesmo tempo, tanto pavor
que não saiba se seguir ou parar
que não saiba se falar ou calar,
é amor
quando todo o sabor da vida
encher o corpo num raio de alegria
e tudo o que for loucura parecer certo
e todo olhar de amanhcer, for eterno
então é amor!
Que é não, e que é sim
que é travessia, sem inicio, sem fim
começo, e recomeço, estourando
pipocando, nas paredes do corpo, torturando
que é o tudo, e o nada
que é absurdo, e também
aquela conta exata,
é o ouro dos tolos
é o querer de todos,
mas, não é de ninguém.
Então, quando houver
todo esse mar em ebulição
gelo jorrando de vulcão
fogo dos olhos da fé,
então, é amor!