Aí...
Não sei se haverá algum outro amanhã
Não me importa...
Porque sei que este mundo-maçã
É de safra e só tem uma porta
E só uma janela de duas vidraças
Que se quebram com facilidade
Quando gotejam frias as minhas desgraças
E escorrem quentes ao encontro com o calor da saudade.
Não sei se lembrarei mais do embaçado passado
Nem das lágrimas mornas da necessidade
Se encontrando com as temperadas de esperança
No equador do tudo o que foi sonhado
Quando deixamos de ser, cada um, um paralelo
E marcamos encontro para a melhor dança
Na melhor idade e nos lugares mais especiais
Nos pontos em que tudo é mais belo:
Onde os pólos não são mais opostos
E as auroras são todas boreais.
No centro de todos os pontos cardeais
No onde o sonho não precisa de sono
E no quando não se acorda mais...
Pequena homenagem à minha Amiga Mara Perches que,sem saber, ( o que a torna mais solidáriamente valorosa), tanto tem me ajudado a esclarecer e acalmar o coração. Gracias, Amiga Bailarina!).