Aí...

Não sei se haverá algum outro amanhã

Não me importa...

Porque sei que este mundo-maçã

É de safra e só tem uma porta

E só uma janela de duas vidraças

Que se quebram com facilidade

Quando gotejam frias as minhas desgraças

E escorrem quentes ao encontro com o calor da saudade.

Não sei se lembrarei mais do embaçado passado

Nem das lágrimas mornas da necessidade

Se encontrando com as temperadas de esperança

No equador do tudo o que foi sonhado

Quando deixamos de ser, cada um, um paralelo

E marcamos encontro para a melhor dança

Na melhor idade e nos lugares mais especiais

Nos pontos em que tudo é mais belo:

Onde os pólos não são mais opostos

E as auroras são todas boreais.

No centro de todos os pontos cardeais

No onde o sonho não precisa de sono

E no quando não se acorda mais...

Pequena homenagem à minha Amiga Mara Perches que,sem saber, ( o que a torna mais solidáriamente valorosa), tanto tem me ajudado a esclarecer e acalmar o coração. Gracias, Amiga Bailarina!).

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 23/05/2010
Reeditado em 23/05/2010
Código do texto: T2274818
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