Rubro Botão

No começo era apenas um botão,

Pelo sereno da noite vagando

Em melancolia, estrela guia

De métricas e metáforas,

Rimas de um velho e bom botequim!

Mal amanhecia

E botão já em flor dizia em lágrimas!

- Ah! Hoje sou rosa

Dos rubros umbrais...

Espero-te de frente para o sol, venha!

Colha-me em versos difusos

Erga-me ao seio mulher,

Faça de mim, simplesmente poesia!

O dia se foi,

O crepúsculo chegou trazendo a regência

Das taças em vinho do Porto

Como lanternas alumiando o som,

O valsar dos pífaros, o encantar da pétala!

Já alto o pingente da noite,

Então disse a flor em seu esplendor!

- Ah! Sou da tua musa

Das brisas oceânicas...

Navegando em tuas estrofes mais insanas,

Leve-me até os ardores entre as grutas,

Doa-me ao amor da alma tua,

Faça-me jardim do teu poema coração!

O sino tocou o brilho se fez madrugada

Junto do êxtase, silêncio do prazer!

Auber Fioravante Júnior

16/05/2010

Porto Alegre - RS