DOCE JARDIM
Mimo delicado
Do jardim das delícias
Flor de brancura
Deste reluzente azul, verde celeste.
Delicadas mãos de maio
Macio veludo
De mucosas e serosas rosadas
Serpenteadas em negros lençóis
Adocicados pela cica
Circa do suor de um amor fugaz.
Mãos doces
Como laços de ternura
Esnobes, tal frescor
Da relva amarelada
Pelo sol telúrico
Que me derrete.
Mimo realista
Minimalista, surreal
Debruçado nos jardins
Das delícias
Alvo, branco, celeste.
Delicado mimo
Cipreste, campesino...
Doce, doce, doce
Como orvalho
Que retiro da boca
De mimadas crianças
Em seus fantásticos e coloridos
Carrosséis de sentimentos
Borbulhantes
Dos parques de diversões.
Dos públicos parques,
Passeios públicos
Para os pássaros e borboletas libertinos
Das cidades
Que adoçam minha alma
Pela mimosa mucosa de tua boca:
Entardecer...
Marco Antonio Cabral Pereira