RETALHOS
Canto,
recanto meu pranto,
o passado no presente
preaso no coração.
Passo,
repasso no seu passo,
seu rastro o vento desfez.
Deserto,
desertou todo meu querer,
amor, desamor me deixou.
Manso,
remanso, perdido, desencontrado
e na grande ironia da vida,
a solidão.
Penso,
repenso, no íntimo do poeta
que busca, rebusca,
se envolve, desenvolve e no fim...
Crê,
descrê, numa aturdida angústia,
pois, sabe que no mundo
jamais poderá amar,
nunca poderá ser!