ANAHATA


Confesso ao vento e ao sal
Eu muito minto e minto mal

Digo do que sinto e digo qual
Espinho furando minha carne

E naquilo que digo, digo do cerne
Meu teatro é sem palco e incerne

Transfugido; confesso é confuso;
Meu coração, palpitante e infuso

É agridoce, comezinho e obtuso
Na vida coração é teimosia de amante

Na poesia é qualquer subtração extravagante
Tiro de mim o que não tenho e dou petulante

Com riso de alegria e choro que guardo
Nas reservas de meu alforje de resguardo

Noticias minhas, são coisas mínimas, não tenho fardo
Cabe meu dia, na ultima hora, no ultimo instante

Tenho de meu este simbolismo ultrajante
Esta sede que não passa, e esta ânsia do relevante.



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Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 22/05/2010
Código do texto: T2272212
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