VULCÃO

Me arrebata, me atira, me beija, me ama

Me chama, como a chama que atrita no universo

de cosmos enegéticos

me sente, me olha, fumina

Louco, alucinado,

Apaziguado

Amuado

Desentende, anota, me nota

Esbraveja, transforma, me pinta

Me toca, penteia, canrinha

Grita, me envolve, acredita

Confunde, difunde, expande...

Corre, voa, flutua

Aguá, sol, luz do luar

Mar imenso mar

De dúvidas, decepções, amor, atração

Descobre em si, em mim e no mundo

O que está lá no fundo

De sua solidão

E ergue sobre vida

A oportunidade de ser sentida

Na mais sincera e pura paz,

Escolhe todo dia, toda hora, momento

Que o que quer é amar sem ter tempo...

Livre, leve como a brisa

Livre, leve como ar

não tem como pegar,

Não vai ter como segurar

O que temos é que cuidar, cultivar e cativar!

Acredito

Com força

louvor,

ternura

Com ardor

Que atrita, pula, palpita

O brilho, o fogo, as cores,

Se perdem no ar dessa noite,

Os sons

As folhas, o verde

Move, e remove o infinito sentimento que voa

Neste amor!

Acredito

Mas agora aprendi,

Que a duvida é minha escudeira,

E a liberdade de ser

Nos fará entender

O significado de como não se perder!

Eu rimo sem querer rimar,

Mas acho que “encaixo” minha alma que transborda

Neste versos que acorda

Dentro de mim.

E tento viver

Mesmo sem entender

Por que que foi assim?

Por que que num foi assado?

Só consigo ver

Que nada é mesmo por acaso

Que neste momento

O que vale é ser arriscado

O que vale é não se fazer de rogado!

Ser feliz, ser feliz e ser feliz!

Perto, longe, como for...

Tem hora que acho que pouco me entende

Que pouco me enxerga

Mas a presença me acelera

Bombeia

Ilumina

É bom. Sim é bom.

É estanho, átomo do paraíso

Vem se deitar no meu colo

Abraçar meu espírito

Encontrar –me nos sonhos

Sorria, embace os olhos

Sinta o prazer da alegria

Q sinto com sua presença!

com sua ausência

belos olhos tens,

arregalados,

quadrados

enquadrados

no meio do rosto

cílios grandes,

cor forte,

marron com mel,

vontade de dar beijo

na sensível pele que o recobre

e cuida do que outros olhos não poderão jamais ver.

A boca,

Carnuda

molhada

Voraz

Pode muito mais

quando emite sons conjugados, articulados, conscientes

o ar que respira

divide comigo?

A pele que tens

Toca-a em mim?

Troque comigo

Energia e sentidos

Seus cabelos cacheados

Arrumado ou desarrumado

Fios pretos e delicados

Geneticamente encomendados

E essa cabeça?

por dentro um infinito inconcluso ser pensante,

insano e são

Bruto e amante

Confuso e brincante!

Tantas coisas a descobrir

construir

inventar

criar

ser

Casas, lares, pessoas

Amigos, companheiros queridos

Respeito

diálogo

Paixão

Vão se ramificar

Crescer

incorporar

até dar sementes, frutos

no ventre da terra, de nosso ser

e se refazer

sempre como um círculo

uma espiral

Para que toda essa brincadeira de amar

Acrescente e some

No nosso caminhar!

Lajota por lajota

Será construído com ardor

O mistério da vida.

O amor.

Simples e puro amor dos amantes livres e vulcônicos!

Agosto de 2009

Thaís Calixto

Beiija Flor
Enviado por Beiija Flor em 21/05/2010
Código do texto: T2270557