CORTINA DA MENTE

CORTINA DA MENTE

Mas o que foi?

Amor?

Paixão?

Maquiagem?

Carência?

Não foi o fogo da paixão

A lava vulcânica

Que queima à flor da pele,

Arrasa por dentro e por fora.

Não foi fogo brando

Consistente

Amor,

Que se cozinha à lenha,

Devagar,

Demorado,

Duradouro.

Não criei máscaras,

Sequer maqueei,

Embuti desejos

Ou sabotei sentimentos.

Foi a falta de tempo,

Que tanto tempo

Esperava sanar.

Encontrei alguém

Que procura do lado de fora

O contento da vida.

Dei um pouco de vida,

Escassa luz,

Que se absorve pelos poros.

Mas não nutriu

Não entranhou

Não prevaleceu

Às dúvidas da existência.

Nem a mim,

Não matou o desejo

Não revivi o furor

Não encontrei o fundo.

Não foi a lava

Nem fogo à lenha.

Mas o que foi?

Foi mais um ponto

Uma linha

Nesta batalha-vida

Que se procura

Onde não está.

Mas pode estar escondido

Na frágil cortina da mente,

Desvendada

Rasgada

Furada

Onde se guardam essências,

Mas os olhos da alma não vêem,

Onde o coração tem medo de entrar.

Quietude

Pergunta certa

Deixar-se

Permitir-se

Ampliar-se...

Resposta certa

Encontro

Lava e lenha

Cortina aberta

Vida!!!!

fatima poesias

fatima rosa marçal
Enviado por fatima rosa marçal em 20/05/2010
Código do texto: T2269417