AMAR N'OUTRO PLANO
Em mim vou, enroscando-me,
Desconstruindo a paisagem
Que me permite ser intruso
Em meio ao mataréu selvagem
De minh’alma em franco desuso
Busco-me nas alamedas,
Nas ruelas, dentre pés coesos
Mas o medo trisca as baixelas
De meus joelhos indefesos
Que rangem de amor por ela
Em mim vou, vitimando-me
Assomando-me em dons imorais
Desvirtude de menear gazeteiro
A entoar rouco, em madrigais
Meu revolto desejo grileiro
Busco-me nos oceanos florais
Pelas luzes virginais de Astréia
Dia pós dia, meses, ano pós ano
A singrar margaridas, azaléias
Vou lhe amando n’outro plano