Ainda quero

Não vivemos sem amor.

Sem nos apaixonar-mos.

Nem eu, nem você... Não importa o quanto tentemos negar.

Somos culturalmente e biologicamente programados para amar.

Mesmo que não estejamos apaixonados no sentido usual, tem milhares de coisas a nossa volta pelas quais caímos de amores.

E é isso que é bom na vida, cair de amores.

O texto de hoje é pra salientar os seres, os objetos, os vegetais, os materiais, minerais pelos quais caímos de amores nos últimos tempos. E não estou falando dessas “apaixonites” agudas de momentos carentes, de baladas ou esquinas que duram três meses, estou falando de amor mesmo, de querer pra vida toda, de sintonia e de parceria forte!

Alguém... Que não significava nada, nem sequer pensávamos que existisse e que hoje pode ser o nosso motivo mais constante de gargalhadas, pensamentos, sussurros, desejos, alegrias constantes e futuro bem presente. É cabeça, coração, ombro pra todas as horas. É descanso imediato, paz do amor, celebração de pensamentos destinados a dois resumido-se em apenas um.

É como se fosse família sem ser sangue, e ser sangue é ser parceiro, é ser tudo de bom é ser laço forte. E esses são bem poucos.

E elegemos alguém então, para que seja para “sempre” esse laço forte e significativo que queremos ter. Só nos esquecemos que, não nos pertence.

Bem, por ser ele eleito primoroso do nosso coração resolvemos a ele dedicar a vida em seus sentidos horas lugares, satisfazendo principalmente nosso ego de amar com intensidade máxima e mais eficaz da face da terra. Utopia?! Desnorteio?! Frustrações?! Amor de mentira?! Quadrinhos?! Sem respostas... É ver e viver o amor enquanto houver sorte.

Enquanto isso eu, escrevo o que penso e sinto para acalmar meu aberto coração que teima em amar as coisas, os seres, os minerais, vegetais, teima em amar a mim mesma sem muito entender do amor que me ampara e inspira todos os dias.

Queria...

Queria acreditar nas pessoas.

Queria acreditar que nosso destino está todo traçado.

Queria não acreditar em destino.

Queria acreditar no que é pra ser nosso.

Queria que fosse tudo fosse e que nada fosse.

Queria acreditar que todos os trancos e barrancos que eu já passei seriam, um dia, recompensados.

Queria essa recompensa em raios de sol.

Queria acreditar que não existem lados bons nem ruins.

Queria acreditar que dou o valor certo aos meus amigos e à minha família.

Queria acreditar que dei valor a quem amei.

Queria ter sido valorizada também.

Queria acreditar que amei e fui amada o suficiente.

Queria acreditar que o homem não é assim, tão egoísta.

Queria acreditar que eu não sou assim, tão egoísta.

Queria acreditar nos meus instintos, nos julgamentos, nas minhas decisões.

Queria não julgar.

Queria decidir menos.

Queria um amor pra toda a vida.

Queria que ele também quisesse.

Queria acreditar em mim.

Queria...

Queria...

Queria...

Queria não, eu ainda QUERO.

Rio, 20/05/2010 - 15h 30m

Serenna
Enviado por Serenna em 20/05/2010
Reeditado em 20/05/2010
Código do texto: T2268845