Recepção
Não sei por que os dias,
Modestos dias não foram feitos para mim.
Não entendo em quais caminhos,
Estradas seguem as noites,
Noites que poderiam,
Deveriam também pertencer a mim.
Procuro mas não encontro à resposta,
Algo que me diga por que,
Porque não tenho as manhãs.
Ah, Deus tudo é confuso,
Nem as tardes me chegam,
E não vejo a razão.
Talvez sim eu não exista,
Não saiba para tanto viver.
Talvez a passarela andasse,
Segue e sempre fica.
Fico na luta consignada,
Trocada pela paz que não conheço,
Nas estradas conhecidas,
Coloridas pelo escuro que reencontro,
Sem querer, sem opções.
Sou eu quem dá o grito,
Este proclama de recusa,
Contra tudo que absorvo
Sem entender em que terra semeei,
Plantei errado para colher,
Abiscoitar este fardo de grãos nulos.