"O Telefone"
De um lado o silencio, a angustia me consome,
Em lagrimas me afogo! Toca telefone, anuncia
Ao soar da campainha a suave voz da minha amada.
Para o meu encanto, da janela aberta do alto da
Torre contemplo o revoar dos pombos, entre
Catedrais e espinhais elevam aos céus minhas preces.
Nas orelhas frias e quase sempre vazias disponho-me
A ouvir seus sonhos, seus planos, me encanto com
Seu espanto, tudo isso te conto, dum outro canto te
Encontro! Com a face pálida, pernas bambas
Encontro-me contigo e me disponho a revelar-te
Um sonho, que espanto te causa meu conto, a causa
Do sonho! Em teus olhos não miro, tua voz, ouço!
De longe te ouço, entre um conto e outro.