o sabor da vida

me diga apenas um troço

será que de fato eu posso

chamar você de meu amor?

e ela me disse que sim

e aquilo foi tudo pra mim

foi como da vida o sabor

e aí perguntei novamente:

será que você simplesmente

jamais vai querer me deixar?

e ela respondeu com recato

que isso era um desacato

que eu nem devia perguntar

e aí fiquei meio sem graça,

mas não me livrei da ameaça:

e se eu for por demais ciumento?

e ela falou que aturava

que tudo o que eu fosse, deixava

que eu era o seu complemento

e se eu amanhã, desastrado,

vier te olhando de lado,

fingindo que não te amo mais?

“verás que eu vou te entender

sem ti eu não sei mais viver,

sem ti eu não morro em paz”.

e aí eu não disse mais nada,

parei no meio da calçada

e o beijo espantou todo mundo

e a belalu nos olhava

sorria e o sorvete molhava

seus lábios de alegria!

Maricá, 27/08/2006