Carruagem de mágoas
Desconheço os caminhos,
As razões que trazem,
Fazem os objetivos do homem.
Desconheço o confronto com a vida,
A luta para vencer, romper,
Derrotar tantos obstáculos.
Agora, como ontem,
Vejo, vi o tempo passar,
Foi, é uma carruagem,
Rompendo a poeira,
Fugindo na neblina,
Virando na encosta, caindo.
É como se fosse uma vela branca,
Solta, desfraldada, ao sabor do vento,
Mas, sem gosto de vida,
Olha, nem sei se isto tem gosto.
Há do ontem uma dor de mágoa,
Que ressoa em ecos,
Sem que os ouçam amanhã.
É um estado febril delirante,
Desfilando em pesadelos.
Ah, e a falsa ingenuidade
Que repele, busca na saudade,
Na fé, seus encontros com o passado,
Vibrando, esquecendo-se do hoje,
Agora, amanhã feito de sede,
Brilhante que desbota minuto a minuto,
Deixando sem cor, empalidecendo,
Mas, é vida, querem vida
Se afogando, mendigando
Falsificando o ego
Fingindo conquistas ilusórias.
A carruagem segue encontrando,
Sem ser encontrada.