ÂNGULOS
Num momento eterno de um poema curto,
Falo de sorrisos e carícias breves.
Num momento terno de um poema bruto,
Falo de sorrisos e cantigas leves!
Num momento terno de um poema culto,
Falo das rasuras que meu verso escreve.
Num momento terno de um poema surdo,
Tudo o que se escuta é um vulcão que ferve.
Num momento terno de um poema oculto,
Falo o meu segredo que já não te serve.
Num momento terno de um poema mudo,
Falo um absurdo a que ninguém se atreve.
Num momento terno de um poema adulto,
Falo em ser criança quando não se deve!...
E num momento terno de um poema adulto,
Falo qual criança, nas carícias breves.