Medo!
O silêncio a assusta minha alma.
E o vento atravessa segredos,
Admira-me sua sublime calma.
Neste vasto vazio de medos.
Tantos sonhos, tantas promessas,
Que agora se dispersam no tempo.
Todas as nossas conversas,
Trancafiadas em cofres, em templos.
Pássaros cantam, alegrias de verão,
A tua voz emudece no pensamento.
Ficam boas lembranças neste coração,
Guardando cada momento.
Sabe, não consigo interpretar teu olhar,
Você não me compreende.
Se minhas razões te ferem,
Por que tuas palavras ficam mudas,
Diante de tal fato?
Abaixa a cabeça, abre um livro.
A cama volta a ficar vazia,
Há um rádio ligado.
E os meus sonhos perdidos no deserto,
Em um novo dia que pouco nasceu.
Lisi Cardoso