AO RELENTO
Fui jogado no mar da saudade
Fui jogado no vento da liberdade
Mas para que liberdade sem você?
Mas para que saudade se você não quer me ver?
Fui jogado no abismo do amor
Fui jogado no convívio da dor
Mas para que amor se não me amas?
Mas para que ardor, se o meu peito no teu não mais inflama?
Fui jogado ao relento da solidão
Fui jogado em um gélido porão
Mas para que solidão se nada mais existe?
Mas para que temer o porão se tudo sem você é tão triste?
Fui jogado assim, sem razão
Fui jogado em um abismo sem fim, por alguém sem coração
Mas para que ter razão se ela só me faz sofrer?
Mas para que ter coração se comigo você não quer mais viver?
Fui jogado sem julgamento
Fui julgado sem sentimento
Mas para que julgamento se já fui condenado?
Mas para que sentimento, se o amor que trago aqui dentro já não pode ser amado?
Fui jogado e julgado por alguém que não consigo esquecer
E vivo ao relento, no sol e no vento, sem ninguém para me aquecer!