AO RELENTO

Fui jogado no mar da saudade

Fui jogado no vento da liberdade

Mas para que liberdade sem você?

Mas para que saudade se você não quer me ver?

Fui jogado no abismo do amor

Fui jogado no convívio da dor

Mas para que amor se não me amas?

Mas para que ardor, se o meu peito no teu não mais inflama?

Fui jogado ao relento da solidão

Fui jogado em um gélido porão

Mas para que solidão se nada mais existe?

Mas para que temer o porão se tudo sem você é tão triste?

Fui jogado assim, sem razão

Fui jogado em um abismo sem fim, por alguém sem coração

Mas para que ter razão se ela só me faz sofrer?

Mas para que ter coração se comigo você não quer mais viver?

Fui jogado sem julgamento

Fui julgado sem sentimento

Mas para que julgamento se já fui condenado?

Mas para que sentimento, se o amor que trago aqui dentro já não pode ser amado?

Fui jogado e julgado por alguém que não consigo esquecer

E vivo ao relento, no sol e no vento, sem ninguém para me aquecer!

Angelo Lima
Enviado por Angelo Lima em 17/05/2010
Código do texto: T2261704
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