Não há ninguém
Hoje sou como uma rainha antiga
Sigo um caminho em que súditos fieis
Exaltam todas as minhas lutas e glórias
Tornando-me forte, menos temerosa.
Enfrento batalhas de vitórias impossíveis
Olho com crueldade para o que me atinge
Desbravo caminhos inabitáveis e longínquos
E mesmo sozinha... Nunca desisto.
Retorno ao meu reino imersa em honras
Todos os clamores de socorro esquecidos
Parecem se calar diante de minha imagem
Desaparecer com o som do meu sorriso.
Não há nada capaz de exercer sobre mim
Nenhuma forma de parcial domínio
Mostro-me magnânima, impecável
Dona de céus e mares... implacável!
... ... ... ... ...
Mas quando tiro minha armadura vã
E olho em meu verdadeiro espelho
Nada ecoa mais alto
Do que seu nome... Meu desespero!
Não! Ninguém conhece minha fraqueza
Mas todas as noites meu chorar sentido
Vence qualquer força impossível
Só não te faz querer estar comigo.
Acaba-se a coroa falsa
Desmontam-se todas as glórias
Sou alguém que vaga sozinha e ainda crê
Porém... Não há ninguém... Você não mais me vê.