Esperança
Canto a esperança, que só fica
Na expectativa do tempo restante
Onde cada minuto nunca é menos
É sempre ansiocidade anelante.
Canto o amor alheio, que nem sempre
Vem, zomba de mim, do meu apelo
E me faz ver o vento da noite como açoite,
Enchendo de ilusão meu enleio.
Todo o meu cantar somente a lua
E o sol ouvem, idolatro astros e estrelas
No teu amor distante nada vejo,
Sinto apenas a brisa sem exaspero.
Pela manhã acordam-se as árvores
E novamente a esperança vem,
O amor se renova, como não sei,
Aguçado pela carícia que a ti desejei.