O mocinho machucado
Exalou o aroma da pétala, morto o amado ladrão de um beijo roubado,
A presença não convidada, e a despedida imposta e forçada a quem muito magoado.
Partir sem rumo e previsão de volta,
Me perguntando a mimesmo se era fim do capítulo, ou final de toda uma história.
Esvaziou seu bolso cheio de vírgulas,
Que lhe abria em perguntas em perguntas a sua ferida.
Amassou um papel de palavras,
A certeza já não mais te indagava.
Procuro dormir pra despertar desse pesadelo,
Me refaço esvaído aos pés da escada, em meu desvelo.
Não há ciganas que leia mãos de quem usa luvas
E tão pouco cartomante que meda minha fúria.
Uma picada de mosquito me incomoda a esse coçar impertinente,
No meu canto ficarei estático mastigando e engolindo a dor duramente.
Desse dia incerto, da hora errada,
Num instante, vi a estante a sua foto picotada.
Se pelo menos as farmácias tivessem tais esparadrapos...
Às vezes, em certos casos, o bandido é o mocinho machucado.