UM DENGO DE AMOR
Venha minha querida,
Venha dengosa, toda caudalosa, melosa.
Que todo teu ser transforme-se em orvalho
Abençoando-me da cabeça aos pés
Descendo e enxovalhando-me por todos os poros.
Faça algazarras no meu peito arfante,
De pelos grossos molhados por tua língua.
Emane da tua boca todo o teu calor,
Que envolvera meu corpo carente.
Cole-se em mim, com teus liames de volúpia
Serei teu hospedeiro a acariciar-te os cabelos negros,
Escorrendo pela minha face ansiosa e boba
Leve-me a loucura de morrer,
E viver no teu ninho do amor.
Faça-me chorar, com a mente,
A espargir-se de satisfação,
De tu em mim, eu em ti...
Depois diga-me, ainda preguiçosa,
Eu te amo meu amor.
Que eu ti direi com a voz embargada.
Sou teu escravo minha querida