O AMOR EM PAPEL DE PÃO

Foi assim,

o tempo passou Você e eu

a vida desencontrou.

Fui sua primeira amiga pra valer

e de cara, de repente,sem querer

fui a primeira que te amou.

Indiferença, astúcia da vida

interpretar como não um simples coração

desenhado num papel de pão.

Era uma chave que abria

o meu de forma singela

sem medo, pura e meiga.

Com pedaço de carvão da madeira ao chão

fiz o emblema que estava estampado

em meu coração.

Envergonhada, tímida até,

te entreguei em mãos e baixei os olhos

com medo de um "não!"

O vento, esse danado

talvez por ciúme,

com destreza a folha levou.

Eu quieta continuei,

por ti passei

e você não me deteve.

O mundo mudou.

A chuva chegou e molhou os canteiros em flor.

O outono fez o amadurecer

dos frutos da nossa árvore do saber.

O inverno amarelou

as folhas caídas ao léu.

Esperei o verão, que em vão se foi,

aquecendo outros campos em flor.

Na próxima primavera

quem sabe coragem, malícia

eu ter e a ti esclarecer

que de tudo que guardei,

aquele pequeno pedaço de papel de pão,

amassado e envelhecido,

é a melhor recordação de ti, então.

E dizer:

nesse tempo todo

só a ti amei!

(Milena Medeiros-15/05/10-ONLINE no meu blog no blogger)