Espírito

Quando criança eu via o mundo colorido

Sonhava à vida um mar de rosas, depois

Vi que era meio barro meio tijolo, mais

Colorido ainda era viver entre verso e prosa.

Cobiçava andar pelas calçadas enfeitadas

Por pintura de Monet e gravuras de Picasso.

Mas o que mais encontrei foram crateras

E empecilho que me levaram ao embaraço.

Viajei nos sonhos que alguém havia sonhado

Tropecei no vento, senti doer no pensamento

A cruel realidade, deixei o campo e vim

Morar na cidade, hoje incautamente lamento.

Amedrontado perdi amores e caricias

No ar minha fé se multiplicou ao vento

Hoje por ti meu amor é tão grande

Que tua imagem não sai do pensamento.

De tudo ficou um pouco, as manhas ensolaradas

Os temporais e o frio que doía a pele persistem

Se estou alegre canto, se estou triste nada comento.

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 15/05/2010
Reeditado em 15/05/2010
Código do texto: T2257841
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