Em Ti
Eu sou um realema insolúvel.
Nasci volátil e de raízes aéreas.
Este planeta é o meu local de trabalho diurno.
À noite retorno para o meu mundo.
Aqui, nestas horas não marcadas
Me perco do que sou, e me acho tu
Na totalidade que me cerca sem prender.
Daqui eu posso ver o meu azul emprego
E me emprego a cantá-lo como um mudo galo
Que canta, para ti, não para te acordar, mas em silêncio, para te fazer dormir.
Não o sono que cansa, porque aqui tudo é feito com e por Amor
Neste espaço sem fim e sem tempo nada é alienado ou alienável
Nada pertence ou é pertencido. Ninguém tem e ninguém dá
Porque não se precisa de nada que seja necessário ter.
Neste tempo sem fim e sem limites é onde eu me misturo a ti
E deixo de ser, para significar.
(Esta é para a minha Amor Maria,como tudo o que respiro )