Corpos entrelaçados
Aqueles lábios teciam dóceis devaneios
Envolviam os num desejo ardente
E seus dedos os tocavam amenamente
Como quem se banha nos oceanos cálidos
Os olhos tentavam esconder seus anseios
Seus olhares no mesmo desejar fundidos
E serenamente a manhã ficou tão silente
Que se podia escutar o sutil respirar
O coração trepido se entrega devotamente
Como quem salta num desfiladeiro escuro
Sem pensar em antes, ou em depois, só quer amar,
Faz daqueles afagos seu porto seguro
E sua nau vai aportando silentemente
No meu cais, tal qual uma manhã despertando
Guiando-me por formosos prados ao poente
E vou mergulhando num sonho que nunca tem fim
Como se caminhasse por um suave jardim
Enquanto ouvia a tua voz no vento soando
Num formoso céu azul celeste contrastando
Com o fervor que os teus lábios vão tecendo
Brando arco-íris de desejos inflamando
Como fruta madura pronta pra ser colhida
Tu és uma rosa em meu peito adormecida
Nossos corpos fundidos um no outro se aquecendo...