ACORRENTADOS

Eles se amavam desde os remotos tempos em que se ignoravam

E se completavam quando sequer buscavam por outra metade

Eram a verdade dos improváveis prognósticos que se enganavam

Há muito se esperavam e se previam nos mistérios da saudade!

Primeiro encontro e a sensação de que não era surpresa

Ela uma princesa, ele o monarca da solidão

Bastou um leve toque de mão pra cada coração obter igual certeza

Tal como o rio segue a correnteza, se desaguaram na paixão!

E esse diálogo transcendental jamais pairou no desencaixe

Que a novidade pareceu-lhes praxe, pois já se viam no imaginário

E o tempo ao caminhar contrário, deu ao futuro um velho traje

Onde o presente interage e ergue um indissolúvel cenário!

Porque o amor não vem a nós com a intenção de esclarecer

Julgamos vê-lo até nascer e a sua morte para a vida é indiferente

A gente pensa que não vê, mas sente – a gente simplesmente crê

Voando livres nos céus do prazer, atados por correntes!

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 14/05/2010
Código do texto: T2256340
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