MEDOS E METÁFORAS...
Quando eu disse que era amor, você sorriu;
quando eu falei que o nosso barco estava à
deriva, você saiu do convés;
quando eu falei que sem
você minhas noites
ficavam frias, você deu de ombros;
E o nosso rio se fez profundo e perigoso,
E a noite ficou doente, parecia morrer...
E essa porta de saída aonde vai dar?
Será que você ainda era a mesma pessoa?
Quem te fez hoje tão dona de si? – Serei eu?
Por que te farias libertares de ti mesma?
E os teus lamentos, quem depois ouvirás?
Agora partes assim, sem choro nem velas?
E aquele peso morto sobre as minhas caravelas;
que suportei calado por anos e anos a fio... Por nada?
Se eu te falasse que a noite lá fora é longa;
Você não conhece mais o caminho da volta,
que você só possui o ponto de partida
e que a rosa se despetala com o vento...
A sua viagem poderá ser dolorida.
E se houver uma pedra no meio
do caminho, e se não
houver o caminho?
Antes de partires,
repense o nosso
amor. Repense.