O poeta é o homem fora do homem
O poeta evita sanções.
Salta à risca do impossível, confronta-se com seu próprio contraste de ser,
O ser que mais questiona e menos faz e refaz.
O poeta força sentidos.
Traz aguçado no seio inovador a esperança de um trovador, a viagem de um náutico perdido.
Trata-me pois como poeta Menina?
Não deverias!
Sou-te o homem que a carne feriu,
Sou-te o célebre machado de lâmina afiada que cortou seus sentimentos.
O poeta Menina é o ser que não erra,
Se erra fez-se poesia do erro.
Trata-me pois como poeta?
Deverias talvez reformular as fórmulas do já está pronto?
Deverias pensar no passado, como se esse fosse nosso eterno futuro?
Trata-me pois como poeta Menina?
O poeta evita, força, bajula e nunca erra.
Eu não sou poeta,
Sou sangue do mesmo sangue que na sua carne caminha.
Trata-me pois Menina como homem,
E assim serei muito mais certo do que o certo que queres de mim.