NÃO TE AFASTES DE MIM
Ao amor estas palavras: te sentirei perpetuamente...
Como refém, como vítima, como voluntário, como presa condenada
Sentirei todas as cóleras que me reservas
Todo o louvor e esplendor, se me permitires, a glória
Experimentarei todos o teus gostos, amargosos e deliciosos, a ponto de me viciar...
Saciarei todos os meus desígnios delimitados por ti...
Serei rei, serei mendigo...mas, viverei assim...
Me afogarei todas as vezes que tentar me salvar
Beberei da tua água, estando com sede ou até mesmo sem precisar
Mas, provarei sempre da tua porção...
Sentirei toda a tua plenitude e extensão
Me farei estrada, caminho, rua, e nela gente e multidão...
Experimentarei todas as tuas formas, em cores, em fogos, em migalhas...
Mas, serei sempre recipiente para tua mágica...
Não cansarei de ser tua hospedeira, desde que sempre estejas em mim, em algum lugar, com algum sentir...
Ao amor digo estes versos:
Vivificarei tuas peças
Serei palco para tuas encenações
Serei autor, palhaço, e até poeta, para entoar tuas canções
Me farei entendido, analfabeto
Tentando escrever tuas palavras em linhas da vida,
Se possível descrevendo as tuas emoções nestes versos...
Ah! amor, digo isto também:
Não te indignes de mim quando me revoltar
É apenas uma fagulha de menina tentando voltar
Mas, atentas bem para estas palavras:
Em mim já encontrares recinto
És minha vida, minha sina, minha estrada...
Então, amor, não tenhas medo em se mostrar
Tenha apenas cuidado, para que sempre meu coração possa suportar
E se mesmo assim, eu não conseguir, te digo mais uma vez: nunca te afastes de mim!
Fernanda Alves
12/05/2010