Por que não me levas-te?
Ínfima subserviência
aos caprichos do meu ego.
Noiva do espelho,
procuro as falhas da tua rejeição em me levar.
Cavaleiro das armas invisíveis
me rendes-te.
Me aprisionas-te no teu véu usurpador,
estou a vagar no meu calabouço,
pra lá e pra cá, pra lá e pra cá.
Amo-te de apenas uma vista leve,
transpassada pela neve do inverno.
Passas-te por mim e me feris-te
com tua lança, apenas por um olhar.
E desde então usufruo do veneno mais doce
do inverno.
Serão ainda três estações até voltares
com o antídoto para o meu mal.
A saudade de você.