Alma dos apaixonados
A inexatidão dos sentidos devora a alma do apaixonado.
Num preâmbulo de inquietude se desabam suas emoções.
O olhar para o além, inerte e incandescente se faz.
A visão do que é impossível de se enxergar lhe é companhia.
Ele se rebele e exaspera contra tudo e contra todos que o contestam.
Afinal quem pode sentir como ele tal intensidade de sentimentos?
Quem mais além dele pode vislumbrar a beleza que lhe é tão plena?
Como pode alguém dizer não a algo tão grandioso e inusitado?
Submerso está o raciocínio lógico nos oceanos afeição devota.
Um mundo paralelo passa a existir e ele é o único que importa.
Cujas cores são tão vivas, os ares refrescantes.
Os caminhos são algodoados e róseos.
Pode-se nele o som dos anjos.
E no centro de tal mundo existe um soberano: a pessoa amada.
Seus olhos são iluminados como os raios de sol que brilham o sereno nas relvas.
Seu corpo é convidativo a ser visto como um arco-iris.
E capaz de aquecer como o sol e envolver como as peles felinas.
Eita abraço bendito é o de tal ser.
Lábios de delicioso sabor, textura e sabor.
Suas palavras são as mais meigas e aprazíveis.
Só o vento negro dos desamados quebra de gelo tal esplendor.
Mas ainda assim os apaixonados não se deixam levar por tal frieza.
Prosseguem invictos suas jornadas ímpares.