Momento a momento
Tens o dom de ser mulher,
Quando enfeitas a roda,
Sendo menina, simples, meiga criança.
Tens o dom, quando a volúpia,
O êxtase invade, de ser menina,
Quando, quando é mulher,
Perfeita, afoita,
Relata a cabeça, aceita,
Delata o peito que explode,
Anseia no leito,
Em formas mirabolantes.
Tens o dom constante,
A posse reformulada,
De transar meu pensamento,
Devolvendo cada momento,
Sem que haja a percepção
Indefinida, inibida de toda a emoção,
Que feri que gera o próximo,
O decantado encontro;
Seja na menina que roda,
Que ciranda o tempo,
Ou mesmo na mulher,
Que faz a cobiça explodir,
Na implosão dos meus desejos.