Memória

Como o pródigo arrependido de ter estado tão distante,

Vem o caminheiro errante, que não tinha certo destino,

Ignorando meu tino, desfazendo, mas nunca obstante,

Agora volta galante como se jamais tivesse partido.

Esqueceu-se que desprevenido de argumento concreto,

Não pode ser predileto, dentre os tantos que se esmeram.

Já que dos muitos que eram, hoje poucos são lembrados,

E o seu valor acumulado, não me passou de inútil objeto.

Deveras voltar ao relento, deveras ter ficado por lá.

Teu amor que não há, é cinza que se espalha no vento:

Não tem cheiro, não tem cor, não tem gosto, nem forma,

Sequer em algo te transforma e teu fim é o esquecimento!

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 10/05/2010
Código do texto: T2247663
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.