POR FAVOR...


Mande-me um email e nele, subscreva:
Urgente, Urgentíssimo!
Não quero que passe por despercebido
E possa assim, ser excluído. Não suporto mais
Ficar sem notícias suas.

Esqueça as mágoas, o procurar de culpas, esqueça ao menos
Por alguns instantes que não estamos mais juntos!

Preciso saber de você!

Fale-me das suas necessidades,
Ansiedades. Conte-me das suas angústias,
Sobretudo, da saudade que ainda invade suas noites vazias.

Conte-me tudo, por favor, não me escondas nada!

Fale-me dos seus projetos mais ousados
Dos passeios e dos devaneios que ainda habitam
Seus pensamentos. Lembre-se dos juramentos
Que por alguns momentos
Não cumprimos!

Fale-me das suas vontades mais íntimas
Chega de bobagens de tantos enigmas, quando procuras
Dizer tudo que sente, tudo que preciso
No apenas,
Um toque telefônico
Ou quando não aguentas
E me torpedeia com um (SMS)
Dizendo que ainda me ama
Colocando em tela
Saudade!

Lembra?
O mão fechada aqui sou eu!
Abra suas mãos, seus braços, me dê um abraço.
Um não!
Dê-me dois, três, quantos mais
Suas vontades aguentarem.

Escancare!
Mas, escancare de verdade esse seu sorriso lindo!

Seu olhar de gulosa, me faça um pouco de carinho. Deite
Seus desejos mais loucos
Em meu hospício. Agarre-se em meu peito aflito
Pra eu sentir seu gozo e ouvir seus gritos!

Como pode caminhar com outra pessoa
Pelos mesmos lugares? Lugares que amamos
Sonhamos e brigamos tanto! Por quê? Para que?

Por que veio cheia de amor e não me beijaste?
Nem as calçadas,
O restaurante,
Nem mesmo meus versos
Fizeram você totalmente minha!
Mas, ouvimos uma música no rádio
Nós dois no carro... E agora o que me dizes?

Como vai a feirinha?
Aquela que andamos de mãos dadas
Com as sacolas cheias de mercadorias
E nossos corações inundados de felicidade.

Fale-me da pimenta que ainda guardas
Em seu corpo. Juntos, refogamos no tempo
O tempero mais gostoso, ardido que encheu
Nossas bocas de paixão, nossos corpos
De tesão!

Foi tudo muito bom! Lembra?

Diz!
Diz por onde anda o " Maradona? "

Diz que nesse hospício todo
Ainda sou seu maior vício

Beije-me!

E tome sim, seu primeiro gole
Mas, por favor, não me enrole
Dizendo que não me amas mais!

E os lençóis que marcamos... E nós como ficamos?
Pra onde vamos?

Anda!

Diz, está esperando o que?
Mande-me logo esse email, um que seja louco
Um que seja pouco!

Nem que seja a última coisa que faças
Pra assassinar de vez, minhas esperanças tolas
E olha que tenho tantas... Que será impossível
Matá-las todas!



Poema encomendado, por alguém que ainda está a espera de um email.

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 09/05/2010
Reeditado em 09/05/2010
Código do texto: T2247373
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