Soberania

Levanto-me e antes que a rotina diária me envolva
E, com seus dentes ávidos me destroce, lembro de ti...
E te dou Bom Dia, de forma que me pergunto
Se não serias minha maior e mais obstinada rotina.
E antes que o cinza da primeira fumaça de alcatrão
Se mescle aos pulmões e ao meu coração, penso em ti...
E divagando me questiono se não serias então,
O maior e o mais letal de todos os meus vícios.

Corro, paro e caminho na louca guerra do ser
E na luta diária entre o ter e o sobreviver
Vejo-me impregnada pelas tuas lembranças,
És soberano, em tudo o que penso e no que faço e,
Te sinto nos olhos e nas vozes do velho e da criança.
E me interrogo se o te esquecer não seria então
A maior e mais cruel batalha que tenho que enfrentar
Nesta selva feroz de uma existência vã e insana.

E quando anoiteço saturada pela tua saudade,
Envolta na memória de teu olhar e na poesia de teu nome,
Tão vívida é a tua imagem em minha mente,
Tão real é a tua presença nos vãos da nostalgia,
Que nem sei divisar o que é fantasia tampouco realidade,
Mas com a convicção que o teu existir ocasionou
Prenúncios da imensidão e a certeza do eterno.
E por fim, diária e docemente, dou-te Boa Noite e adormeço
Sem saber se subirei aos céus ou descerei ao inferno...
zuleide zhu valente
Enviado por zuleide zhu valente em 09/05/2010
Código do texto: T2247252
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.