NÃO SE COMPARA
Como a árvore,
Estou sedento.
Ela a àgua,
Eu, de você.
Igual ao regato,
Lento na superfície e,
Agitado,
Um turbilhão se faz
Em meu interior...
Se me comparo ao vento,
Sou leve,
Macio, passeio em seus cabelos.
Quente,
Abraço seu corpo.
Se chuva sou,
Deficiente,
Não enxergo.
Cego, como em braile,
Deixo-me escorregar,
Percorro a cada pedaço seu.
Se juntos,
Eu e você,
A nada me comparo.
Não posso...
Na certeza,
Continuo sendo você.