Outros tempos
Quando me arranjo para visitar
Minha terra sinto uma brisa invadir
Minha alma, no meu cérebro forma-se
Uma revolução, uma mistura da razão
Com a emoção que nem sei explicar.
Quando chego à Rodoviária e ponho
Os pés na plataforma de embarque
O mundo se transforma, a vida
Começa a ficar colorida e retrocedo-me
A outrora que na prática não volta jamais.
No trajeto vislumbro paisagem pintada
Por Monet, muito verde, casas medievais
Pássaros de todas as cores...
Lembrança dos madrigais.
Na colina avisto a choupana de meus pais
Templo sagrado onde o amor germina...
As cabras a pastar... O cavalo a relinchar...
E sinto meu coração outra vez
Repleto de emoção que na sua terra
Natal acabou de chegar... Outros tempos
Tudo se transformou... Ah, que saudade dos madrigais...