Despeço-me do Amor.
Tic-tac. Tic-tac. Tic-tac.
E do longo tempo veio a resposta
Da esperança incansavel
Nada resultou
Do amor indomavel
Cinzas ficou.
Recolho então, agora
As partes de mim
Espalhadas pelo chão.
Se os poemas de amor
Foram em vão
Decido-me agora,
A esquecer o coração.
Abro os olhos
A tempos, fechados
Encaro os fatos
Olho no olho.
Se por muito
Fingir-me cega
Agora seguro a
Mão fria da verdade.
Se na cruel realidade
Teu amor jamais aconteceu
Retiro do jardim
A semente que me adoeceu.
Jogo nos ombros
As esperanças vazias
As falsas alegrias
Que palavras e abraços
Um dia me deram.
Olho, ultima vez, para trás
Alguém agora está
Com o meu belo rapaz.
Aceito a condição
De que perdida sempre foi
Esta louca paixão.
E após longo tempo
De sonhos em vão
Desisto por fim
Do teu coração.