Relâmpago

E a sintonia de outrora anda saindo do ar

Você não precisa destes relâmpagos, raios e trovões

Entontece, fere, queima, acinzenta

mas também esclarece...

Num clarão quase epifânico

Mas é quase... e é o quase que me perturba

O que houve/há?

Por que estamos assim... fora do ar?

Eu te amo

Eu te amo, tanto...

Mas isso que chamo de amor já não te faz bem

Já não me faz bem

Que venha o relâmpago, agora

mas que venha em sintonia

com a tempestade do esquecimento

que venha em sintonia

com o que somos, agora

com o que fomos:

Promessas de cumplicidade

entrega do corpo, resquício da alma

Alma de artista (seduz, encanta, sente e vai embora)

Que venha o relâmpago

com ódio, com choro, com riso... sorrisos

amarelos, pardos, vermelhos...

Vermelho como a cor do esmalte que cintila minhas dores

vermelho como a cor dos seus lábios que atiçam meus desejos

Que venha o relâmpago

com (des)equilíbrio e precisão

Que venha o relâmpago

com abraços, laços, pedaços

pedaços de tudo que se foi

Que venha o relâmpago

iluminando o espírito

confortando o corpo

Que venha o relâmpago

com raios, trovões, canções

Que venha o relâmpago

com tudo e o mais

Mas que venha a mais.

Danielle Silva
Enviado por Danielle Silva em 07/05/2010
Código do texto: T2242955
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