Meus olhos procuram...
Meus olhos procuram andanças na noite.
Meus olhos se tornam imensos faróis...
Meus olhos procuram da noite o açoite
Onde o frio é castigo... - Onde estão os meus sóis?...
Meus olhos procuram por portos distantes
Onde eu, meu veleiro, o possa atracar...
Mas todas as praias me estão tão distantes!...
- E eu me recuso continuar a penar!...
- Estende-me a mão, marinheiro estranho!
Quiçá possa assim minha busca acabar...
Quem sabe os teus olhos haverão de me amar?...
Quem sabe outras teias e sonhos entranham
Nesta vida minha, que de tanto buscar,
Esqueceu que há outros olhos a me rodear?...