Supremo e doce sacrifício…

Suprema alienação

Amar-te

E achar que isso é um dom

E em simultâneo

Uma maldição…

A cada espelho achar-me feio

A cada conversa desinteressante

A cada olhar

Um ser alienado

Alienante

Sem esperança

E ao mesmo tempo um incorrigível sonhador

Que é feliz

Mas que como mote de inspiração

Encontro fértil campo na dor

E os espelhos não mentem

As conversas são esclarecedoras

Os olhares transparentes

E a realidade

Não mente

E sou assim como sou

Sentindo-me só no mundo

Amando por instinto

Escrevendo por necessidade

Sabendo que ninguém me irá ler

Sentindo que ninguém me irá amar

Mas fazendo ambas as coisas até ao fim

Porque depois de mim

São elas que me irão recordar na luminosa eternidade…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 07/05/2010
Código do texto: T2241932
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