Supremo e doce sacrifício…
Suprema alienação
Amar-te
E achar que isso é um dom
E em simultâneo
Uma maldição…
A cada espelho achar-me feio
A cada conversa desinteressante
A cada olhar
Um ser alienado
Alienante
Sem esperança
E ao mesmo tempo um incorrigível sonhador
Que é feliz
Mas que como mote de inspiração
Encontro fértil campo na dor
E os espelhos não mentem
As conversas são esclarecedoras
Os olhares transparentes
E a realidade
Não mente
E sou assim como sou
Sentindo-me só no mundo
Amando por instinto
Escrevendo por necessidade
Sabendo que ninguém me irá ler
Sentindo que ninguém me irá amar
Mas fazendo ambas as coisas até ao fim
Porque depois de mim
São elas que me irão recordar na luminosa eternidade…