Totalmente vazio
Eis o interior, acrópole de luzes fracas,
De ruas empoeiradas,
Casebres pobres,
Sorrisos cortados pelas lágrimas.
Eis a valsa não tocada,
A boca calada,
Naquele beijo que o rancor colou.
Eis o abraço da montanha próxima,
Na prima que ruiu o rochedo,
Na mãe que descansa na manha que faço.
Eis o quilômetro, à distância,
Na tintura das paredes,
Nos furos dos telhados
No sol penetrante sem sombra.
Aqui paira a dúvida,
Devo ou não, sigo ou não?
Meus pedaços de palavras,
Minhas respostas inteiras, veementes,
Quebram o sigilo, é mistério,
E vejo que nada mudou,
Tudo está tão empoeirado quanto antes.
A alma branca esvai-se
Enquanto adormeço sobre a cidadela,
Sem portas, sem paredes, sem janelas.