Floresço

Remove os móveis da sala escura,

no varal está sua blusa,

pega seu terno e a gravata,

e os tapas são dos ventos na sua cara,

e voce vai estravazar, num copo de chopp em algum bar.

E eu vou ficar aqui, andar e pensar ali,

degustando o momento sem sal, segurando um ponto final.

grito pensando no meu silencio,olho em volta e olha o que eu tenho,

um punhado de coisas nenhuma e espaços vazios em fila.

Dando voltas por dias, em dias depois dos outros,

seu caminho é certo, seu papo é torto.

escorrega vadiopela boca, pensas que sou troucha.

devagar se aboleta no sofá,

depois lava com toda boa vontade a louça do jantar.

voce tem a chave do portão,

da minha prisão,

fico presa nas linhas da su mão,

não me vejo, não há espelhos.

te vejo, te desejo,

me viro pelo avesso,

sem jeito, sem medo,

quando choro, logo apos floresço.

Edilson Alencar
Enviado por Edilson Alencar em 06/05/2010
Reeditado em 18/05/2010
Código do texto: T2239984
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.